Antes que possamos determinar se manifestações refletem um tipo especial de conhecimento que possuímos, precisamos entender o que os sujeitos fazem quando manifestam, e por que manifestações são tratadas tão diferentemente de outros pronunciamentos. [Speaking My Mind, p. 13]Ela, então, ordena as principais perguntas da investigação assim (pp. 11-12):
(i) Por que as manifestações são geralmente tratadas como inigualavelmente seguras?
(ii) As manifestações veiculam auto-conhecimento privilegiado?
(iii) O que permite que tenhamos auto-conhecimento privilegiado?
Nem toda resposta a (i) implica uma resposta positiva a (ii). Não desafiar epistemicamente um proferimento, por si só, não implica tratar esse proferimento como a veiculação de conhecimento seguro. Não desafiamos epistemicamente alguém que diz "Ai!", mas não porque "Ai!" veicule um conhecimento seguro.
Aquilo para o qual quero chamar a atenção aqui é que, de acordo com esse modo de ver as coisas, a filosofia da linguagem ocupa ao menos o primeiro estágio da uma investigação filosófica em torno de certos problemas. Antes de resolver os problemas epistemológicos relacionados às manifestações, devemos examinar que tipo de ato de fala consiste em proferir manifestações. Acredito que, mutatis mutandis, uma estratégia similar deveria ser adotada em filosofia da matemática.
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