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domingo, 26 de novembro de 2006

(DC7) Método da dúvida baseado em uma crença?

Broughton diz:

In fact, the method of doubt has no strategic role to play unless there is an incompatibility between very well entrenched beliefs of ours and other claims that somehow emerge as absolutely certain. [p. 52]
Mas então para adotarmos esse método, temos que acreditar nisso sem que tenhamos nenhuma prova? Deve-se notar que não se trata de acreditar que pode haver uma incompatibilidade, mas que uma incompatibilidade.


2 comentários:

  1. Não conheço o livro da Broughton. Mas, pelos trechos que você cita, fico pensando se você não ganharia mais partindo de algum comentário clássico, robusto e reconhecido. As melhores opções são Gueroult (inevitável e ainda válido), Gouhier (ainda muito esclarecedor), JM Beyssade (mina de ouro inexplorada), Marion (inevitável) e Baker & Morris (última palavra, desmanscaramento definitivo do analfabetismo sobre Descartes de muitos analíticos).

    Em qualquer um desses comentadores a dúvida recebe um tratamento cuidadoso. Acho que vale a pena dar uma olhada.

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  2. César, obrigado pelas dicas. Com certeza os comentários clássicos sobre Descartes, bem com os novos, bem informados e caridosos comentários, são importantes. Mas não quero me tornar um scholar sobre Descartes. Tenho certas suspeitas sobre a natureza da dúvida cartesiana e quero dizer algo sobre ela sendo o mais caridoso possível. Mas não acho que tenha que ler todos esses comentários para fazer isso. Se eu estiver errado, e se alguém me mostrar isso com base na leitura desses textos, então simplesmente reviso o que disse. Escolhi a Broughton porque seu livro é dedicado especialmente às perguntas que me interessam. Ademais, com exceção de Baker e Marion, Broughton, essa sim uma scholar, discute com os demais no seu texto. Por isso, não acho que ela pense o que pensa por falta de leitura ou de cuidado. O livro de Baker & Morris é dedicado ao dualismo, não à dúvida, embora ele diga algumas coisas a respeito desse assunto. O livro de Bropughton é uma investigação sistemática, bem argumentada e muito bem informada sobre a dúvida cartesiana. Nesse sentido, não conheço nenhum livro semelhante. Como já disse em um dos posts, ela já me ajudou a enterrar certas coisas erradas que eu pensava sobre Descartes.

    Tu dizes: "pelos trechos que você cita, fico pensando se você não ganharia mais". O que há de errado com esses trechos? E como os livros citados são melhores no que se refere ao que é dito nesses trechos?

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