Andei pensando sobre a resposta de Putnam ao desafio do cérebro na cuba (cf.
"Brains in a Vat", cap. 1 de
Reason, Truth, and History). Não conferi o que escrevi no próximo parágrafo. Estou sem tempo agora e confiando na memória apenas.
Se
S1 e
S2 dizem que
Fa, mas
S1 se refere a
X por meio de '
F' e
S2 se refere a
Y por meio de '
F' e
X não é o mesmo tipo de coisa que
Y, então
o conteúdo de '
Fa' é diferente para
S1 e
S2.
S pode referir-se a
X por meio de ‘
F’ apenas se
S e
X mantiverem uma
relação causal apropriada. Se
S é um cérebro numa cuba, então
S não pode manter a relação causal apropriada para que ‘
F’ possa referir-se a objetos físicos. Se
S1 fosse um cérebro numa cuba e
S2 não fosse, e se
S2 se referisse, por meio de ‘
F’, a uma certa classe de objetos físicos,
X (cérebros ou cubas, p.ex.), então
S1 não poderia se referir a
X por meio de ‘
F’. Se
S1 diz que é um cérebro numa cuba, então ‘cérebro’ e ‘cuba’ não tem o mesmo conteúdo que tem para
S2, e, por isso, 'Eu sou um cérebro numa cuba' não tem o mesmo conteúdo para
S1 e
S2. Portanto, mesmo que a frase de
S1 fosse verdadeira, ao pronunciá-la ele não estaria pensando a hipótese que
S2 pensa ao dizer a mesma frase. Portanto, ou
S é um cérebro numa cuba, mas não pode pensar que é, ou ele pode, mas não é um cérebro numa cuba.
Mas como sei que "
S pode referir-se a
X por meio de ‘
F’ apenas se
S e
X mantiverem uma
relação causal apropriada"? A teoria do significado que está incorporada a esse argumento não se baseia em um conhecimento empírico sobre a relação causal entre o usuário de uma expressão e aquilo ao qual essa expressão se refere? Mas se admito que sei isso, então nem preciso do argumento para rejeitar o ceticismo, não? Me parece que tem alguma coisa errada no que estou dizendo. Mas não sei bem o que é.
(Revisado em 27/06/08.)
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