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sábado, 16 de janeiro de 2010

Amor: definição e exemplos



O que é o amor?
Definir não é o mais difícil.
Difícil é saber se o que sentimos é um exemplo dessa definição.

Foto: O Beijo, de Rodin (Paris, 2000)

10 comentários:

  1. Tenho mais dificuldade em defini-lo do que em dizer se já o senti ou não. A minha dificuldade neste último ponto é exactamente devido à dificuldade na definição...

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  2. Amar é um sentir, um pensar, um desejar, um querer e um agir, isto é, uma emoção, um sentimento, um apetite, uma volição e uma ação. Mas também é uma intelecção, refletida, consentida, explicitada e assumida. Esse complexo de fatos psíquicos caracteriza o amor em todos os planos, piedade, compaixão, solidariedade, afeição, amizade, amor platônico, erotismo. Amor filial, maternal, paternal, fraternal, conjugal, idealista. A intensidade e a sequência em que eles aparecem pode variar. O amor sempre emociona, enternece, e envolve um desejo de zelo, cuidado e proteção da coisa amada, bem como um desejo de reciprocidade. Mas o amor só se realiza quando é expresso em consentimento e vontade e essa vontade em ação. Não basta sentir e desejar para amar, é preciso querer e provar. O amor envolve dedicação e renúncia, paciência e perseverança, trabalho e recompensa, alegria e tristeza, euforia e depressão. É algo envolvente e inebriante. O amor não é possessivo, ciumento, exclusivista, castrador, sufocante. Pelo contrário, o amor é libertário e altruísta. Não me refiro apenas ao amor erótico mas a todas as modalidades, inclusive as formas idealistas de amor à verdade, à justiça, à sabedoria, à humanidade, à natureza. O amor não pode ser cerceado em sua intensidade e abrangência. Ele não possui limites. Quanto mais se ama a mais coisas e pessoas, mais capacidade se tem de amar. E quanto mais se ama, mais se realiza e maior é a felicidade, mesmo que nem sempre seja correspondido. E certamente, é algo de que se possa contemplar em sua estética e fruir o máximo prazer que é amar o amor.
    Quando associado ao erotismo e plenamente realizado no intercurso sexual, então o amor é uma das mais sublimes realizações do ser humano.

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  3. gosto da definição de Paul Tillich (teólogo):O amor é uma força que re-une o que está separado

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  4. Débora: Essa definição é muito permissiva. Outras coisas que não são amor fazem a mesma coisa.

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  5. Barmaid: Se a dificuldade de definir significa a dificuldade de encontrar condições necessárias e suficientes para o amor, então trata-se da dificuldade de definir de uma certa forma apenas. Se estabelecemos as condições F e G como necessárias e suficientes, isso só vai afastar a referida dificuldade se tanto F como G forem também definidas em termos de condições necessárias e suficientes. E assim por diante, até chegarmos a termos indefiníveis. O problema é que tais condições são estados que admitem grau. Depois de um certo grau, dizemos que se trata de amor. Mas qual grau?

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  6. Penso que se você sabe o que é amor, sabe identificar o amor. Como a última coisa pode ser mais difícil que a primeira? Se você sabe definir "gato", então sabe identificar um gato.
    Você pode ter dificuldade de definir o amor, mas essa dificuldade não é menor que a dificuldade de identificar o que você sente com amor. É o que me parece...

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  7. Ana: O problema é justamente saber se os conceitos que usamos na definição se aplicam ao que sentimos. Sentimentos são estados mentais complexos, que envolvem vários tipos diferentes de fenômenos mentais inter-relacionados. A dificuldade é saber se nosso estado é tal como nossa definição diz que o amor é.

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  8. Penso no amor como uma forma indefinível, por não caber nele paredes, raízes, ou limites. Envolve tantos outros sentimentos, como altruísmo, amizade, renúncia, dor, idealismo, desejo ( Dentre muitos outros ), que identificá-lo parece missão impossível perante as milhões de semelhanças com outros afetos, produzidos por nossos estados mentais, psíquicos e comportamentais. Enquadar o amor à parâmetros pré-definidos seria um equívoco ao meu ver, porque ele é mutável. Dentro disso, considerando questões da semiótica de Deleuze e Proust, a pessoa que amamos nos aparece como um signo, nos envolve, nos questiona, nos faz querer mergulhar atrás de alguma interpretação, querer decifrar o mundo que se forma a partir desse encontro, por ela, por nós, pelas circunstâncias, em suma, por essa "composição de afetos". Mas é muito diferente dos signos mundanos, pois não substituem o pensamento ou a ação, mas é esse mundo envolto em mistérios, em sensações desconhecidas, que lhe dá sentido. Se assemelha mais aos signos presentes nas artes, aos signos sensíveis, remetendo à uma essência ideal. Dados os pontos de vista sobre o amor, a tentativa vã de definí-lo, deixo aqui o meu pensar de que são os nossos pontos de vista acerca do ser amado, os afetos que nos são lançados que se "encaixam" aos nossos afetos, e que formam a essência do que chamamos "amor", e cria-se um mundo que se expressa a partir do sujeito, e das suas sensações. Mundo esse que não existe fora dele, que se dá pelo seu ponto de vista, e que é a diferença absoluta! Por outro lado, esse mundo não é explicado pelo sujeito, mas se impõe por conta própria a ele, e o envolve, e o forma, e o molda, o afeta!Por isso é difícil definir o amor enquanto dado sensível, sem limitar ele! Cada um sente de uma forma, cada um impõe um grau, e na verdade, é um sentimento desconhecido a todos... A gente diz que sente, e pode até ser verdade... Mas amar é arte complexa! Ame-mos e ponto! Da maneira que nos cabe, e que nós julgamos por si mesmos ser amor!

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  9. Mas, Cintia, toda essa explicação que vc dá do amor não é uma espécie de definição de "amor"?

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