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domingo, 6 de dezembro de 2009

Palavras graves



Há momentos em que sou tomado por um desejo de dizer coisas graves.
É como se o momento pedisse um discurso.
E quase ouço o tilintar de um talher em um copo.
Agora esse desejo parece ridículo, pedante.
Mas no seu momento, ele parece ser provocado pela abertura de uma janela para a eternidade.
Sou atingido por ondas de uma explosão silenciosa,
Uma explosão de palavras.
Mas sei bem o que é esse desejo…
É só uma sublimação da impotência diante dos fatos,
O que nada mais é do que uma tentativa de fuga da finitude…
Um desfecho natural da percepção da finitude pode, então, ser… palavras.
Palavras graves… que docemente nos iludem
Que ao menos nossos pensamentos, se não nossas ações, atingem a eternidade,
E lá são livres de qualquer limite, felizes…
Como se pudéssemos ser felizes apenas pensando…
Mas logo meu corpo reclama atenção,
E despenco desse céu,
Com um suspiro de uma vida inteira.

2 comentários:

  1. Aha!

    Muito bom... Adorei a bela reflexão em forma de uma 'filosofia poética'.

    Legal demais. Tens que escrever assim mais vezes! ;)

    Abração, Léojanz.

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