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terça-feira, 23 de junho de 2009

Medo da crítica

É incrível como algumas pessoas têm medo da crítica! Não consigo entender por que algumas delas ficam tão ofendidas com uma crítica sincera. Eu me sinto honrado em receber uma crítica. É sinal que meu trabalho não está tão ruim a ponto de ser ignorado. É claro que há maneiras agressivas de se fazer críticas, que devem ser evitadas. Mas há pessoas para as quais, não importa o quão gentil a crítica seja expressa, crítica é sempre algo ofensivo, uma expressão de um juízo sobre a pessoa criticada. São pessoas com um ego gigantesco, que só não é maior que sua insegurança em relação à qualidade do seu trabalho. Erros podem indicar que o trabalho é bom, pois alguns erros só podem ser cometidos por quem tem grande domínio sobre um assunto. Mas algumas pessoas querem ouvir apenas elogios.

7 comentários:

  1. Eu confesso que não sou tão aberta assim a críticas. Já recebi críticas destrutivas de professores, em sala de aula, ou até mesmo comunicações em eventos. Tem muita gente mal resolvida que acha que pode se afirmar humilhando os outros, gente muito culta, com mestrado, doutorado, etc... Procuro ficar sempre atenta à intenção de quem está me criticando. Se eu perceber que a pessoa não tem uma atitude boa... Não dou a mínima. Tem muita gente de filosofia precisando se tratar!!!

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  2. Flora: Como eu disse, não estou criticando quem se ofende com humilhações intencionais, de quem quer mostrar que tem valor ridicularizando outras pessoas por meio de um espetáculo agressivo. Há mesmo pessoas que querem compensar seus problemas psicológicos na hora de fazer uma participação numa palestra alheia. Minha crítica se dirige a pessoas que esperam apenas elogios quando apresentam um trabalho, que se ofendem, por exemplo, quando a gente sugere a leitura de um texto, por que então estamos querendo "ensinar o padre a rezar a missa"...

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  3. Alexandre

    concordo inteiramente, mas penso que devem ser feitas algumas considerações de metodologia de filosofia nesse caso. Quando compreendemos a atividade filosófica como um mero comentário acritico de teorias que não têm importância cognitiva, críticas são encaradas como ofensas,pois fazer filosofia não envolve avaliação crítica, mas apenas comentário. O problema, nesses casos, é que mesmo o mero comentário tem que satisfazer requisitos mínimos de seriedade acadêmica: um comentário mal feito deve ser criticado e corrigido. O que não acontece na maior parte das vezes.

    A cada dia que passa eu tenho mais convicção de que a boa filosofia é um tipo de ciência muito refinada e que a sofisticação intelectual envolve a admissão de erros com naturalidade.

    As pessoas que se sentem ofendidas por críticas, encaram as críticas como críticas a elas mesmas, o que não deixa de ser verdade, pois boa parte do que somos é resultado das crenças que temos. Se sou teísta e você argumenta que a existência do deus teísta retira o sentido da vida você também está dizendo que a minha vida é sem sentido. Eu vejo isso como algo bom e suspeito que pensar de modo diferente é um tipo de provincianismo epistêmico, algo como ter medo de parecer poco inteligente se se é refutado.

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  4. Eu concordo com você Flora:há pessoas que não sabem fazer críticas inteligentes na filosofia. Mas a melhor maneira de lidar com essas críticas mal feitas e desmascarar as falácias envolvidas e suposições mal argumentadas, pra dar o exemplo. : P

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  5. Os piores são aqueles que tomam a crítica como ofensa pessoal. Estes são geralmente vaidosos na aparência e inseguros em essência. São os piores. Sempre olham as críticas como ofensa pessoal e geralmente respondem a elas com, aí sim, agressões pessoais bem pesadas. Leandro Aragão

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Ter uma atitude positiva ou negativa relativamente às críticas em função da avaliação que fazemos da intenção da pessoa não é, em termos práticos, fácil.
    As pessoas têm estilos diferentes: uma forma mais encalorada de falar pode ser considerada agressividade (sobretudo se a pessoa criticada por algum motivo se sente insegura). Perceber as intenções dos outros raramente é fácil.
    Talvez seja mais eficaz considerar o próprio conteúdo da crítica: se é relevante ou não, etc.

    Além de algumas pessoas reagirem mal às críticas dos outros, verifica-se também que algumas pessoas (possivelmente as mesmas) não criticam os outros – por medo de ofender, por medo que a crítica não faça sentido e a pessoa criticada consiga mostrar isso, etc. São como que duas faces da mesma moeda e o efeito conjunto é não haver debate.
    Tenho colegas que, se por acaso deixam escapar uma frase interpretável como divergência, se apressam logo a dizer “mas isto não é uma objecção, é só uma observação”. Mas e se fosse uma objecção, que mal faria?

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