Não é que Wittgenstein apresente toda sorte de opiniões características dos últimos anti-fregeanos. Seguramente não: nenhuma designação rígida, mundos possíveis ou proposições com objetos como constituintes. Nem devemos inferir [...] que Wittgenstein advogava a espécie de posição Milliana sobre os nomes que venho defendendo aqui. Talvez mais importante, a obra de Wittgenstein sugere um tratamento diferente da própria noção de referência.(1) Ainda, Wittgenstein não apenas antecipa aspectos importantes da última abordagem anti-fregeana, ele frequentemente fornece uma razão [rationale] mais profunda e satisfatória do que em obras recentes. E onde Wittgenstein nitidamente diverge dos anti-fregeanos, frequentemente me parece que Wittgenstein estava apontando para o caminho do avanço.
[...]
A convergência de opiniões para qual estou chamando atenção me parece quase universalmente não apreciada. Não é apreciada por simpatizantes de Wittgenstein, cuja visão é obscurecida pelos aspectos designação rígida/mundos possíveis/proposições singulares da literatura anti-fregeana. Não é apreciada pelos anti-fregeanos, que tendem a ver Wittgenstein algumas vezes como um arqui-anti-teórico que fica contente em deixar as coisas turvas, algumas vezes como uma espécie de teórico descritivista dos nomes próprios, um do tipo obscuro. Essa falta de reconhecimento do elo com Wittgenstein pelos anti-fregeanos tem sido particularmente custosa, pois tal reconhecimento pode ajudar a revelar as apostas muito altas que estão em jogo no seu próprio debate. Insuficientemente focados nessas grandes questões, anti-fregeanos frequentemente têm procedido como se seu projeto equivalece a o que John Perry [foto] uma vez chamou de uma revisão conservadora de Frege.
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(1) Essa é uma promissória não resgatada no presente trabalho. Espero fazer isso em outro lugar. Uma versão breve: Wittgenstein se opõe à idéia que o conceito de referência constitui uma espécie de chave mestra da relação entre a linguagem e o mundo. Não há uma única relação desse tipo.
[Howard Wettstein, The Magic Prism, pp. 92-93]
Foto: John Perry
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