O que é um ataque terrorista? Uma guerra é travada entre forças armadas (compostas de militares) inimigas. Em uma ação militar de guerra, uma força armada ataca a força armada inimiga e procura evitar atingir a população civil. Um ataque terrorista é uma ação violenta em que seus seus realizadores visam impor a sua vontade aos inimigos causando terror na população atacada, especialmente quando essa população é composta de civis. É isso que diferencia um ataque terrorista de uma ação militar de guerra: um ataque terrorista visa deliberadamente atingir a população civil, ou ao menos é uma ação que não se importa se o ataque atingirá a população civil.
Ataques terroristas não são uma invenção moderna. Eles não surgiram nos últimos 150 anos. Há muitos registros históricos de ataques à população civil, visando causar terror, que aconteceram há muitos séculos.[1]
Terror é um medo extremo ou pânico. Os ataques terroristas visam causar esse medo extremo ou pânico na população em geral atacada (militares ou civis) para que seus governantes cedam às exigências daqueles causam o ataque.
O ataque sionista do Hotel King David (organizado por Menachem Begin, que, mais tarde, foi primeiro ministro de Israel por dois mandatos) é um ótimo exemplo de ataque terrorista (o ataque matou muitos civis e seus realizadores sabiam que isso iria acontecer). Os ataques nazistas com bombas V1 e V2 à Inglaterra são um excelente exemplo de ataque terrorista, que atingiu muitos locais e cidadãos civis ingleses. Os ataques do IRA (Exército Revolucionário Irlandês) a favor da Irlanda se tornar independente do Reino Unido, são um outro bom exemplo. O ataque às Torres Gêmeas nos Estados Unidos realizado pela Al Qaeda é, certamente, um paradigmático exemplo de ataque terrorista.
Todavia, há um caso de ataque, que geralmente é tratado, principalmente por aqueles que o realizaram, como uma justificada medida extrema em nome de um bem maior (o fim da Segunda Guerra Mundial), que é, de fato, o maior ataque terrorista da história contemporânea: o bombardeamento estadunidense de duas cidades japonesas com recém criadas bombas atômicas: Hiroshima e Nagasaki. A guerra na Europa havia terminado em 8 de maio de 1945. Mas continuou no Pacífico. As duas bombas mataram entre 90 mil e 166 mil pessoas na cidade de Hiroshima, em 6 de agosto de 1945, e entre 60 mil e 80 mil pessoas na cidade de Nagasaki, em 8 de agosto de 1945. A grande maioria das pessoas mortas eram civis e o governo e as forças armadas estadunidenses sabiam que esse seria o resultado. Não foi uma operação "cirúrgica", para usar um termo que se popularizou nos anos 90, com os ataques executados por meio de controles computadorizados nas guerras estadunidenses. Foi um ataque a duas cidades, quaisquer que fossem os seus habitantes: civis ou militares. E o objetivo era bem claro: causar terror na população atacada e forçar o seu governo a ceder à vontade daqueles que atacaram. Eles queria acabar com a guerra de uma maneira rápida. A desculpa esfarrapada era que um término rápido da guerra pouparia muitas vidas. Mas o resultado desse ataque foi a morte de centenas de milhares de civis. A Segunda Guerra Mundial durou 5 anos. A guerra no Afeganistão durou 20 anos! Se um término rápido da Segunda Guerra Mundial, que era travada, nesse final, apenas entre os Estados Unidos e o Japão, justificava o bombardeamento nuclear de duas cidades japonesas, por que o mesmo não justificaria um bombardeamento nuclear de duas cidades afegãs?
O lamento estadunidense oficial pelo ataque às Torres Gêmeas (que é de fato um grande ataque terrorista) é sempre usado como uma cortina de fumaça para encobrir sua responsabilidade pelo maior ataque terrorista da história moderna realizado por eles! Porque eles sempre enfatizam, falsamente, que o maior ataque terrorista da história recente é o ataque às torres gêmeas. Imagine se, na época dos ataques terroristas a Hiroshima e Nagasaki, houvesse a tecnologia de informação que havia em 11 de setembro de 2001, ou que há hoje em dia! Imagine as cenas de horror viralizadas na internet de milhares de vítimas civis de uma hecatombe nuclear em duas cidades atingidas por bombas nucleares em dois dias distintos!
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[1] O historiador grego Xenofonte (430-349 a.C.) relata que os administradores das cidades gregas praticavam terrorismo contra a população de cidades inimigas.
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